segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

A PONTE QUE ME SEPARA DO RESTO DE MIM


Me escondo dentro de mim, ando só com os meus segredos
Vim morar dentro de mim, pois é o lugar onde me sinto segura
Fecho as portas e me tranco dentro de mim, de onde eu não quero mais sair

Ressurgi de onde eu não imaginei...
As vezes acho tudo indiferente e sempre igual
Quase sempre dou o que me custa caro
E o que recebo cabe na palma da mão

As palavras moram em mim
No entanto, elas se perdem no que eu sou
Ao sair perdem a importância que eu as tinha dado
E não ganham a atenção que mereciam de mim, do lado de fora

Não posso atravessar a ponte que me separa do resto de mim
Resta um pouco de tudo em mim nesse lado do rio
Mas e se a travessia me custasse a possibilidade da perda do pouco que ainda reside aqui

Por vezes minha imaginação
caminha para bem longe, procurando um lugar mais calmo
onde a paz se esconde
Mas as pontes que quero atravessar sempre me levam onde não posso ficar

Continuo no caminho... Buscando a ponte que me unirá ao restante de mim

terça-feira, 5 de novembro de 2013

EU SOU AS GOTAS DA CHUVA


A chuva que corre lá fora, respinga em mim aqui dentro.
Eu fecho as portas para ela não entrar, mas deixo partes de mim do lado de fora

Enlevei-me no som das gotas que batem na janela
Elas parecem bater desesperadas para entrar
Querem ocupar um lugar que lhes pertence
Sem perceber, eu notei... eu sou a as gotas da chuva
Sou eu quem quer entrar... Ocupar dentro de mim um espaço;
Que as muitas águas que passaram eu deixei levar…

As águas que passaram levaram com elas sonhos que sonhei,
Projetos que não realizei e muito do que conquistei
Mas se as águas os levaram com tanta facilidade
É porque foram sonhos que não foram integralmente sonhados,
Projetos não tão bem planejados e conquistas q não eram minha de verdade.

As gotas que batem na janela são as muitas lágrimas que chorei,
Tantas que eu nem sei…
Mas que fizeram de mim parte do que sou, me construiu e destruiu,
Mas o mais importante é que me ensinaram que a vida é uma eterna reforma,
Desconstrução e reconstrução, pedaços de mim que vai ficando pelo chão
A chuva vai passando, eu sinto o cheiro que deixa no ar,
Cheiro da minha infância, das rodas de amigos interrompidas pelo seu cair,
E das muitas vezes que o seu derramar sobre mim fez renovar-me.

Ela vai embora e eu fico aqui sentindo que mais uma vez ela leva partes de mim.
Porque na verdade a chuva sou eu, é a vida que em mim habita
E que com seu passar vai perdendo partes de sí.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O BARULHO QUE O SILÊNCIO FAZ




As vezes é preciso saber se retirar, ficar em silêncio e esperar...
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente passem
É preciso ficar em silêncio até que o silêncio toque o coração.
Até porque as palavras a serem ditas podem sair sem direção

É no silêncio que as coisas tomam forma
Criam corpo e se sustentam
Existe no silêncio a mais profunda sabedoria
Que as vezes se transforma na mais perfeita resposta
Quando ao silenciar soubermos ouvir tudo que é dito através do não dito...

Em meio a tantas as coisas
por falar, ou silenciar a voz

Por fechar os olhos, ou abri-los para aquilo que não consigo ver
Por andar, ou me manter no mesmo lugar
Ignoro o que desejo... e prossigo a caminhar

Em direção ao nada, ou em busca de tanto a conquistar
Grito em meus pensamentos, e deixo as palavras silenciar...

sábado, 7 de setembro de 2013

O AVESSO DOS PONTEIROS



Na vida nada é simples ou absoluto e o fluir silencioso das águas do rio tempo é água corrida que não volta.
O rio por onde a vida passa, leva consigo águas turvas... e trás águas límpidas onde posso navegar novamente por águas tranquilas. Porém preciso navegá-las agora...
Se tiver de ser, que seja eternamente agora. Ou talvez jamais será, porque as águas do rio tempo não voltam – e ainda que voltassem não nos encontrariam, pois não seríamos mais os mesmos.
Tudo flui, tudo passa e como as águas se transformam em rios e vão encontrar o mar, assim nos transformamos quando vamos de encontro as novas águas do tempo.

O avesso dos ponteiros nos mostra que a vida é breve... Desistir é o avesso de seguir em frente, de caminhar ainda que a estrada seja longa.
A vida é um caminho de curvas sinuosas e estradas livres, mas de tão imensamente proporcional ao meu tamanho, cabe em minha mão toda a dimensão da vida...
Cabe em minhas mãos porque me faço grande, sou do tamanho que me enxergo por entre as estradas sa vida. Sou do tamanho dos meus sonhos.

Os sonhos me fazem ter asas para a imensidão que desejo voar. Sobre as asas do tempo vai se embora a dor, a tristeza e as feridas. E ao soprar dos ventos nas asas do tempo seinto a brisa leve do novo, das possibilidades e do espaço infinito a minha frente, porque a esperança tem asas e faz a minha alma voar, buscar sonhos perdidos que eu não esperava mais achar.

E quando tudo parecer frio e deserto fugirei para um abrigo quente e seguro, onde só eu poderia me levar. Levo-me ao meu coração, pois lá habita a minha essência, as águas cristalinas,onde planejo as navegações por mares onde desejo navegar, passeio por estradas onde meus sonhos insistem em andar e vôo por céus onde busco a paz e a mim mesma eu posso encontrar.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

CHEGA UMA HORA QUE O AMOR ACABA...



O amor acaba quando deixamos de olhar juntos na mesma direção
Quando deixamos de seguir os mesmos propósitos e dividir os sonhos
Quando deixamos de ouvir a voz do outro dentro da gente
E quando deixamos que as palavras saiam sem passar pelo coração

O amor acaba quando perdemos... a dignidade, o respeito, o apreço
Quando perdemos os pequenos detalhes que fazia dos pequenos momentos tão grandes
Quando perdemos a paciência de olhar por dentro
E quando perdemos a importância

O amor acaba quando o coração embrutece, e a mão estendida já não diz mais nada
Quando o coração se sente enganado e um abraço já não mais aquece
Quando o coração se amargura e não tem ânimo para prosseguir
Quando o coração pensa em desistir, e os seus passos já não quer insistir

O amor acaba... Mesmo quando ele não quer acabar
Mesmo quando você já tentou de tudo
Mesmo quando cansado e sem forças você até o fim tentar lutar

Mas o amor acaba mesmo, quando no coração do outro você já não consegue mais habitar

segunda-feira, 8 de julho de 2013

FECHANDO AS PORTAS PARA O VAZIO LÁ FORA


Eu vou para onde me leva o meu pensamento...
E ele me leva a caminhos onde busco a paz
Quem dera asas eu ter para voar, eu voaria até encontar repouso.
Mas a segurança do chão me ilude
Então fico com os pés presos onde paz, não há...

Às vezes sou empurrado para tão longe que alcanço um ponto além do medo
Onde o silêncio me pede para morar e descanso no barulho que ele faz em mim
Assim venho morar dentro de mim
O único lugar onde me sinto seguro

Dentro de mim habita o sim e o não, o barulho e o silêncio, a noite e o dia
E em todos eles há partes de mim espalhadas
Um lugar onde encontro uma estranha paz, onde sou livre para fazer a coisa certa
porque fazer a coisa certa, as vezes é o mais difícil a se fazer.

Na vida somos nós quem decidimos o que permanecerá eterno em nós, e para onde irá o que não vale a pena.
Afinal a única coisa que podemos controlar são as nossas escolhas.
O tempo não cura a ferida, mas de alguma forma, de um jeito misericordioso diminui o tamanho dela.
E no final o que realmente importou na vida, são as menores feridas

Ao buscar a paz, a guerra pode me encontrar no caminho
E ao retornar o caminho talvez eu perceba que ela habitava dentro de mim
As vezes a luta me esconde o Sol, mas tento não esquecer que minhas maiores lutas travei na sombra.

Talvez eu nunca venha enxergar o que poderia ter sido
E busque constantemente por mim em algum lugar
Mas ao fechar as portas para o vazio lá fora
Encontro a paz que veio morar dentro de mim

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