Ela enterrou o passado, achou que assim seria feliz.
Colocou um ponto final, não olhou para trás, ela só quis viver.
Deixou suas marcas curarem e as cicatrizes serem apenas lembranças
Foi em busca do que queria ser, deixando para trás o que fora.
Ela foi feliz e sorriu, mas o passado enterrado não morreu.
É impossível fugir do que já fomos, das marcas que o passado deixou em nós, pois o que nos tornamos faz parte do que fomos, para o bem e para o mal.
O passado está sempre acontecendo, não importa se queremos ou não.
Ele está sempre conosco, de um modo ou de outro.
O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente.
Ela entende que aceitar o passado significa admitir que as coisas nunca mais voltarão a ser como antes.
Ainda assim ela só quer viver. Sabe que o tempo não cura nada, ele só distancia o foco daquilo que ela quer esquecer.
Mas ela quer deixar o tempo passar e o vento soprar para longe o que é ruim.
Ela não quer deixar as tristezas do passado e as incertezas do futuro estragarem as alegrias do presente.
Nem sempre é por falta de sentimentos que a gente vai embora
Soltar, entregar, deixar ir também é amar.
Sem pressa, sem dor, sem culpa.
Não adiantaria falar sobre ontem, porque hoje somos pessoas diferentes.
Se não ficou, é porque não havia lugar.
O passado não cabe mais nela, é roupa gasta que não serve mais.
Ela só quer ir pra casa, rir das coisas bobas.
Não quer coisas complicadas, ela é simples.
Não quer colocar o peso do passado sobre os ombros de ninguém.
Ela só quer a leveza de viver em paz.