Vai
haver dias em que eu desejarei à noite e o silêncio que ela
ecoa.
Vai haver dias em que eu desejarei o dia e o barulho das
pessoas a passar por mim.
As vezes o tempo parece que fica mais
rápido que a vida. E esquecemos de dar importância ao que
realmente tem valor.
E,
sem o sentido da passagem dos dias, da importância dos momentos, de
começo e fim, ficamos também sem presente, vamos perdendo a
noção do tempo, que fica sem sossego, sem noite e sem dia...
Vai
haver dias que eu cansarei de lutar e me entregarei inerte ao
cansaço.
Vai haver dias que em mim tanta força haverá que
me sentirei capaz de mover o mundo.
Examino ao meu redor, e
percebo a natureza, que em sua infinita sabedoria, ainda que judiada
e machucada pela mão do homem não deixa de dar a ele sua beleza e
seu sustento.
Que a natureza nos sirva de exemplo: de como amar,
servir, se renovar.
E como entender que mil anos não bastam
para aprender a fazer o bem.
Vai
haver dias em que terei vontade que tudo permaneça igual.
Vai
haver dias em que desejarei mudar tudo ao redor.
Perder dói,
abandonar algo traz marcas, mas os milagres só acontecem quando
deixamos que o inesperado aconteça.
Mover-se faz com que nós
possamos ver caminhos que não podíamos enxergar parados.
Muitas
vezes perder algo de valor é o jeito de encontrar algo ainda mais
precioso no caminho.
Vai
haver dias em que perderei a fé nos homens.
Vai haver dias em
que os homens restaurarão a minha fé.
As ações dos homens
são as melhores intérpretes dos seus pensamentos. As palavras
passam com o vento, mas as atitudes se firmam como a rocha.
O
que digo nada importa, se não for acompanhado do que eu faço e do
que eu sou.
Sempre
haverá dias... Bons ou Maus, Longos ou Curtos.
Mas sempre,
ainda que eu não veja, haverá esperança nos dias de solidão,
respostas nos instantes de dúvidas, e certeza nos meus momentos de
fé.